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25 de junho de 2024
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Boas representaes de Deus uma viso compartilhada 3b3x2c
preciso espao para obras bblicas e explicitamente espirituais; preciso uma teologia que apoia esse tipo de arte
Por Marleen Hengelaar-Rookmaaker
Em quais circunstncias a arte promove, com maior capacidade, mais visibilidade de Deus?
Uma boa arte no aparece do nada. Precisa-se de circunstncias positivas para que ela exista. Isso tambm verdade para as representaes de Deus. O que preciso para o surgimento de boas e fortes imagens de Deus?
Primeiro, necessrio um entendimento bblico de quem Deus . Pode parecer bvio, mas a histria mostra que isso muito importante. As representaes doces de Jesus que seguiram os traos do escultor dinamarqus Albert Bertel Thorvaldsen nos sculos dezoito e dezenove no teriam surgido se o Iluminismo no tivesse enfraquecido o entendimento comum de Deus. Ou Jesus no teria sido retratado como um magro e plido fantasma pairando sobre a floresta, como ele foi na capa de uma recente publicao norueguesa sobre a presena de Deus.
Outro pr-requisito para a qualidade artstica das representaes de Deus que o artista que a faz deveria ser talentoso. Existem vrias obras de arte onde Deus representado adequadamente, mas as que se destacam, como A Criao de Ado de Michelangelo, O Retorno do Filho Prdigo de Rembrandt, ou A Viso de Ezequiel de Rafael, so produtos de grande habilidade e genialidade.
Pode ser alegado, entretanto, que essas lindas obras de arte no so apenas o resultado de um grande talento artstico e habilidade, mas tambm so o produto de uma f viva. Deus precisa ser uma realidade viva na vida do artista para ele ou ela criarem novos, impressionantes e emocionalmente profundos retratos.
Alm disso, as grandes obras artsticas bblicas do ado no surgiram da noite para o dia, mas de uma longa e viva tradio. Uma gerao construiu sobre a anterior e ou suas novas descobertas e percepes para a prxima. Dessa forma, um entendimento comum sobre as histrias bblicas, uma linguagem compartilhada de simbolismos e convenes, formaram uma base na qual o artista poderia trabalhar. Os artistas sabiam que seu trabalho seria entendido, mas tambm sabiam que novas percepes poderiam surgir ao adicionar seu prprio toque nas formas esperadas de representao. Hoje, os artistas cristos devem trabalhar sem essa base na qual poderiam apenas adicionar sua contribuio, a menos que queiram fazer imagens ou aderir a velha iconografia da arte bblica do Ocidente. Isso torna a representao de temas bblicos mais difcil; o artista precisa encontrar seu prprio caminho; a roda precisa ser recriada vrias vezes. No uma tarefa impossvel, entretanto, pode-se dizer que a falta de uma tradio viva fez surgir novas e maravilhosas representaes de Deus.
Um dos primeiros artistas a criar algo totalmente novo foi o pintor luterano alemo do sculo dezenove Caspar David Friedrich, que usava o simbolismo da natureza do romantismo para expressar sua cosmoviso crist. Acho sua pintura Frau in der Morgensonne (Mulher diante do pr do sol) uma belssima representao da presena de Deus, enquanto a mulher se abre para a luz e o calor do sol em um gesto de reverncia e recebimento. No sculo vinte, o expressionista alemo Ernst Balarch criou uma escultura original de Deus, o Pai, suas mos esto abertas e desejando envolvimento com o mundo, mas seus olhos esto virados, como se Ele no fosse capaz de continuar olhando para tudo o que foi feito com a terra que Ele mesmo criou. Quando se trata do nosso tempo, a artista americana Mary McCleary surpreendentemente representa a presena e a proximidade de Deus colocando olhos em muitas de suas obras. Ela comenta: Eu precisava de uma metfora para a oniscincia e onipresena de Deus que estivesse dentro da narrativa bblica que eu estava explorando. Os olhos eram um lembrete que Ele est no comando, supervisionando todos os eventos. Outro americano contemporneo, Bruce Herman em sua pintura Betrothed (que eu acho que resgata a velha maneira de representar a Anunciao) mostra o amor e a presena de Deus atravs de um sugestivo facho de luz com algumas poucas linhas sugestivas. Estes so apenas alguns exemplos de artistas que tiveram sucesso ao criar novas formas de ver Deus; muitos outros poderiam ser citados.
Outra circunstncia para a arte bblica florescer o entendimento comum de que obras como essas so importantes ou at mesmo permitidas. Este no tem sido o caso, por exemplo, na parte protestante dos Pases Baixos. No ltimo sculo houveram poucos artistas protestantes holandeses que criaram obras de arte bblicas ou com temas espirituais. Paisagens, natureza morta e retratos tm sido seus gneros preferidos para trabalhar. Deve ser dito, entretanto, que essas imagens da criao e a beleza deste mundo tambm podem ser vistas como, de forma indireta, um apontamento para Deus. Mas nos ltimos anos essa situao comeou a mudar lentamente; obras que lidam com temas espirituais e assuntos bblicos no so mais no feitas, embora a qualidade das obras compreensivelmente no (ainda) uniformemente alta. O que isso quer dizer, entretanto, que precisa existir uma viso compartilhada de que h espao para obras bblicas e explicitamente espirituais; em outras palavras, precisa existir uma teologia que apoia esse tipo de arte. Somente ento haver uma comunidade que defende e encoraja os artistas dessas obras, que os d comisses e compra seus trabalhos, o que um pr-requisito necessrio para que a arte bblica em geral e as representaes de Deus em particular brotem e floresam.
Traduzido por Jordana.
REVISTA ULTIMATO | OS DESAFIOS TICOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS
O avano da tecnologia nas ltimas dcadas maior do que em qualquer outra poca da histria. Tal aumento se d em muitas frentes e, mais significativo, confere um carter tecnolgico vida contempornea.
Quais so os desafios trazidos por esse avano? A tica crist suficiente para responder aos aspectos relacionados s novas tecnologias? Como a igreja pode atuar nesse cenrio to desafiador?
disso que trata a matria de capa daedio 407da revista Ultimato. Para , cliqueaqui.
Saiba mais:
Rookmaaker - Arte e Mente Crist- Biografia, Laurel Gasque
A Arte No Precisa de Justificativa, H. R. Rookmaaker
Por Marleen Hengelaar-Rookmaaker

Uma boa arte no aparece do nada. Precisa-se de circunstncias positivas para que ela exista. Isso tambm verdade para as representaes de Deus. O que preciso para o surgimento de boas e fortes imagens de Deus?
Primeiro, necessrio um entendimento bblico de quem Deus . Pode parecer bvio, mas a histria mostra que isso muito importante. As representaes doces de Jesus que seguiram os traos do escultor dinamarqus Albert Bertel Thorvaldsen nos sculos dezoito e dezenove no teriam surgido se o Iluminismo no tivesse enfraquecido o entendimento comum de Deus. Ou Jesus no teria sido retratado como um magro e plido fantasma pairando sobre a floresta, como ele foi na capa de uma recente publicao norueguesa sobre a presena de Deus.
Outro pr-requisito para a qualidade artstica das representaes de Deus que o artista que a faz deveria ser talentoso. Existem vrias obras de arte onde Deus representado adequadamente, mas as que se destacam, como A Criao de Ado de Michelangelo, O Retorno do Filho Prdigo de Rembrandt, ou A Viso de Ezequiel de Rafael, so produtos de grande habilidade e genialidade.
Pode ser alegado, entretanto, que essas lindas obras de arte no so apenas o resultado de um grande talento artstico e habilidade, mas tambm so o produto de uma f viva. Deus precisa ser uma realidade viva na vida do artista para ele ou ela criarem novos, impressionantes e emocionalmente profundos retratos.
Alm disso, as grandes obras artsticas bblicas do ado no surgiram da noite para o dia, mas de uma longa e viva tradio. Uma gerao construiu sobre a anterior e ou suas novas descobertas e percepes para a prxima. Dessa forma, um entendimento comum sobre as histrias bblicas, uma linguagem compartilhada de simbolismos e convenes, formaram uma base na qual o artista poderia trabalhar. Os artistas sabiam que seu trabalho seria entendido, mas tambm sabiam que novas percepes poderiam surgir ao adicionar seu prprio toque nas formas esperadas de representao. Hoje, os artistas cristos devem trabalhar sem essa base na qual poderiam apenas adicionar sua contribuio, a menos que queiram fazer imagens ou aderir a velha iconografia da arte bblica do Ocidente. Isso torna a representao de temas bblicos mais difcil; o artista precisa encontrar seu prprio caminho; a roda precisa ser recriada vrias vezes. No uma tarefa impossvel, entretanto, pode-se dizer que a falta de uma tradio viva fez surgir novas e maravilhosas representaes de Deus.
Um dos primeiros artistas a criar algo totalmente novo foi o pintor luterano alemo do sculo dezenove Caspar David Friedrich, que usava o simbolismo da natureza do romantismo para expressar sua cosmoviso crist. Acho sua pintura Frau in der Morgensonne (Mulher diante do pr do sol) uma belssima representao da presena de Deus, enquanto a mulher se abre para a luz e o calor do sol em um gesto de reverncia e recebimento. No sculo vinte, o expressionista alemo Ernst Balarch criou uma escultura original de Deus, o Pai, suas mos esto abertas e desejando envolvimento com o mundo, mas seus olhos esto virados, como se Ele no fosse capaz de continuar olhando para tudo o que foi feito com a terra que Ele mesmo criou. Quando se trata do nosso tempo, a artista americana Mary McCleary surpreendentemente representa a presena e a proximidade de Deus colocando olhos em muitas de suas obras. Ela comenta: Eu precisava de uma metfora para a oniscincia e onipresena de Deus que estivesse dentro da narrativa bblica que eu estava explorando. Os olhos eram um lembrete que Ele est no comando, supervisionando todos os eventos. Outro americano contemporneo, Bruce Herman em sua pintura Betrothed (que eu acho que resgata a velha maneira de representar a Anunciao) mostra o amor e a presena de Deus atravs de um sugestivo facho de luz com algumas poucas linhas sugestivas. Estes so apenas alguns exemplos de artistas que tiveram sucesso ao criar novas formas de ver Deus; muitos outros poderiam ser citados.
Outra circunstncia para a arte bblica florescer o entendimento comum de que obras como essas so importantes ou at mesmo permitidas. Este no tem sido o caso, por exemplo, na parte protestante dos Pases Baixos. No ltimo sculo houveram poucos artistas protestantes holandeses que criaram obras de arte bblicas ou com temas espirituais. Paisagens, natureza morta e retratos tm sido seus gneros preferidos para trabalhar. Deve ser dito, entretanto, que essas imagens da criao e a beleza deste mundo tambm podem ser vistas como, de forma indireta, um apontamento para Deus. Mas nos ltimos anos essa situao comeou a mudar lentamente; obras que lidam com temas espirituais e assuntos bblicos no so mais no feitas, embora a qualidade das obras compreensivelmente no (ainda) uniformemente alta. O que isso quer dizer, entretanto, que precisa existir uma viso compartilhada de que h espao para obras bblicas e explicitamente espirituais; em outras palavras, precisa existir uma teologia que apoia esse tipo de arte. Somente ento haver uma comunidade que defende e encoraja os artistas dessas obras, que os d comisses e compra seus trabalhos, o que um pr-requisito necessrio para que a arte bblica em geral e as representaes de Deus em particular brotem e floresam.
- Marleen Hengelaar-Rookmaaker tem doutorado com laude em musicologia pela Universidade de Amsterd, nos Pases Baixos. Por muitos anos trabalhou como editora, tradutora e escritora. Editou o ttulo The Complete Works de seu pai, o historiador de artes Hans Rookmaaker, e produziu a revista LEV para a L"Abri holandesa. Escreveu vastamente sobre msica popular, liturgia e artes visuais. casada e tem trs filhos crescidos.
Traduzido por Jordana.

O avano da tecnologia nas ltimas dcadas maior do que em qualquer outra poca da histria. Tal aumento se d em muitas frentes e, mais significativo, confere um carter tecnolgico vida contempornea.
Quais so os desafios trazidos por esse avano? A tica crist suficiente para responder aos aspectos relacionados s novas tecnologias? Como a igreja pode atuar nesse cenrio to desafiador?
disso que trata a matria de capa daedio 407da revista Ultimato. Para , cliqueaqui.
Saiba mais:
Rookmaaker - Arte e Mente Crist- Biografia, Laurel Gasque
A Arte No Precisa de Justificativa, H. R. Rookmaaker
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