Por Escrito 1yp51
07 de dezembro de 2015
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To grande nuvem de testemunhas 4y2j3

Na mesma linha temtica do encontro na capital sergipana, Stephan Lorenz, oficial general (hoje aposentado) da Fora Area dos Estados Unidos, sempre enfatizou o aprender com biografias. Estude... e leia, especialmente biografias, escreveu, pois um enfoque biogrfico especialmente interessante na busca de conhecimento de liderana, enfatiza a prtica e comunica exemplos de soluo para problemas especficos.
Para o cristo, muito mais ainda do que para o acadmico e para o oficial em geral, a ocupao com biografias muito importante. Lemos na carta aos Hebreus: Portanto, visto que ns tambm estamos rodeados de to grande nuvem de testemunhas, deixemos de lado todo peso, e o pecado que to de perto nos rodeia, e corramos com perseverana a carreira que nos est proposta, olhando para Jesus, o autor e consumador da nossa f. Para reforar nosso foco em Jesus, somos encorajados a aprender com o testemunho de outros cristos, testemunho que fica evidente de forma mais abrangente e completa em suas biografias.
Aprender dessa forma , portanto, importante para aplicao direta em nossas vidas. Mas no s isso. Torna-nos tambm imunes a falsos ensinos e resistentes manipulao ideolgica. Vejamos um exemplo. Uma das acusaes contra os cristos, ouvida com alguma frequncia, que a f crist seria obscurantista. Biografias de grandes cientistas desde os primrdios da cincia at hoje desautorizam a acusao. Referimo-nos a biografias de cristos como Kepler, Pascal, Joule, Pasteur, Mendel, Faraday, Maxwell e Planck, para citar uns poucos. Mas a desinformao da acusao no provm s da ausncia de conhecimento das biografias de grandes cientistas; estende-se tambm ausncia de conhecimento das biografias de grandes artistas, especialmente msicos. Pois a cultura musical ocidental existe graas s realizaes monumentais de gnios como Bach, Hndel, Haydn, Mendelssohn, Bruckner, Messiaen e Poulenc, todos eles motivados e movidos por sua f crist.
Assim, fica ainda mais evidente a importncia de conhecermos biografias de cristos que se destacaram em suas reas de atuao. E h timas biografias a serem lidas, por exemplo o excelente e compacto Paulo, de Hernandes Dias Lopes (Editora Hagnos), Sou Eu, Calvino, de Elben Csar (Editora Ultimato), ou ainda A depresso de Spurgeon, de Zack Eswine (Editora Fiel), que nos esclarece sobre a problemtica da depresso usando um enfoque biogrfico.
Ao mergulhar nas biografias preciso ter cuidado. Bigrafos contemporneos tm, frequentemente, omitido informaes importantes, consideradas irrelevantes ou no pertinentes pelo bigrafo, muitas vezes revelia do que o biografado claramente expressou em vida. A ttulo de ilustrao, consideremos duas biografias de James C. Maxwell (1831-1879), pai da teoria eletromagntica. Sua primeira biografia, de 1882, retrata o cristo e cientista Maxwell. Uma biografia publicada em 2003 mal transmite a noo de que Maxwell foi presbiteriano, concentrando-se somente no cientista Maxwell, ainda que o ttulo do livro tenha sido escolhido como O homem que mudou tudo (The man who changed everything, o grifo nosso). Dessa forma, muitas vezes o leitor recebe informao incompleta ou at mesmo deturpada acerca de cristos que impactaram sua gerao.
o que acontece tambm com os leitores do livro Os cientistas e seus experimentos de arromba, da Cia. das Letras, destinado ao pblico juvenil. O texto apresenta retratos grotescos e incompletos de cristos como Mendel e Pasteur, desencorajando o interesse do leitor pela f crist e advogando incompatibilidade entre f crist e cincia. Felizmente existe antdoto para tal influncia: referimo-nos, por exemplo, ao site F e Cincia, em que a relao de f crist e cincia discutida, com detalhes.
No caso de alguns filsofos, ou mesmo de homens de f que se destacaram por sua exclusiva atuao religiosa, outro tipo de seletividade tambm usada, especificamente para dar ao biografado a imagem que a mentalidade moderna consegue compreender de suas vidas, e no o contrrio, que seria mais desejvel: que o leitor contemporneo pudesse se esforar para compreender como podem ter sido as vidas de Toms de Aquino, Francisco de Assis ou Joana dArc, por exemplo, a fim de aprender algo que vai alm da mentalidade moderna.
Para termos uma ideia de quanto essa mentalidade pode ser seletiva, vejamos o problema de Francisco de Assis, que o bigrafo G.K. Chesterton enfatiza. Francisco constantemente referido como amante da natureza, como um poeta romntico, como um homem de incomparvel bondade social. Mas o simpatizante moderno de Francisco no se esfora para entender porque seu amor da natureza estava enraizado num profundo sentimento do sobrenatural e do Criador da natureza, de como seu romantismo alegre e comunitrio podia exigir s vezes longos dias de recolhimento, jejum e orao, e de como sua bondade social era fruto, no de uma inclinao natural compaixo, mas de um implacvel senso de obedincia e coragem, de enfrentar seus verdadeiros medos, como o medo que tinha de se aproximar de um leproso, e que precisou vencer. Nestes casos, tambm, no podemos retirar do biografado apenas aquilo que a mentalidade da nossa poca est disposta a compreender, mas, ao contrrio, aprender com a biografia sobre as limitaes de nossa prpria poca.
Cabe, assim, juntamente com o encorajamento leia biografias, a recomendao escolha com cuidado. Felizmente a oferta de boas biografias grande, e sua leitura, pelos motivos expostos, extremamente recompensadora. V em frente, e boa leitura!
Arthur Grupillo tem doutorado em Filosofia pela UFMG, com estgios de pesquisa nas universidades de Kassel e Frankfurt am Main, Alemanha. professor de Filosofia e Cincias da Religio na Universidade Federal de Sergipe. Escreve sobre f, razo e arte no blog O Urinol de Voltaire.
Leia tambm
25 Livros que Todo Cristo Deveria Ler
Conversas com Lutero
Mochila nas Costas e Dirio na Mo
Tem doutorado em Engenharia Eltrica pela Escola Politcnica Federal de Zurique, Sua. professor de engenharia em So Jos dos Campos (SP). editor do blog F e Cincia.
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Site: http://www.freewebs.com/kienitz/
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