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07 de maro de 2012
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Arte: esquea para lembrar 5l6bs
Arte: o cho de nossa caminhada

H uma semana estive no Museu de Arte de So Paulo (MASP), e descobri que l que esta obra se encontra atualmente. Aos 37 anos reencontrei As Meninas de Renoir! Novamente a tela prendeu minha ateno. Fiquei olhando por vrios minutos (podia ter sido horas), pois tentei absorver cada detalhe que, enquanto menino, no entendia, como por exemplo, a tcnica de pontilhismo empregada: vendo de perto, milhares de pequenos pontos sem sentido algum; vendo de longe, a imagem das duas meninas, seus vestidos, a sala onde se encontravam, a cortina, o tapete...

Lembrei-me tambm dos msicos denominados como impressionistas e ouvi mentalmente alguns temas de um dos meus compositores favoritos, Claude Debussy (aqui, o 1. Movimento de O Mar, regido pelo italiano Claudio Abbado) a partir do vislumbre destas lindas telas originais.
As questes que ficam: para apreciar uma pintura, necessrio ter informao antecipada sobre o artista, a obra, as tcnicas, o contexto histrico? No possvel apenas ver, sentir?

A sabedoria precisa de esquecimento. Esquecer livrar-se dos jeitos de ser que sedimentaram em ns, e que nos levam a crer que as coisas tm de ser do jeito como so. No. No preciso que as coisas continuem a ser do jeito como sempre foram. (Rubem Alves)*
Quando era menino, um quadro na sala do meu mdico sempre me chamava ateno. Conhecida como Rosa e Azul, o verdadeiro nome da tela As Meninas Cahen d'Anvers (1881) (imagem ao lado).
O autor desta pintura o francs Pierre-Auguste Renoir (1841-1919), geralmente associado pelos historiadores de arte com a escola impressionista. O quadro foi uma encomenda feita pelo pai das meninas (Alice e Elisabeth), um rico banqueiro. No entanto, os pais guardaram depois o quadro em algum canto de sua manso. A obra foi redescoberta dcadas mais tarde e comprada por Assis Chateaubriand (o "Chat").
Quando vi esse quadro (na verdade, um pster desbotado, emoldurado e mal pendurado na parede) no consultrio de meu pediatra, nada sabia sobre as tcnicas empregadas pelo artista ou suas cores preferidas, o rosa e o azul (da o pseudnimo do quadro, por serem elas to evidentes). Minha sensao foi de estranheza, pois achava que as meninas brilhavam muito. Lembro-me tambm que o semblante das meninas me chamava ateno, em especial daquela que vestia rosa. Por que ela estava triste? Era o mximo que conseguia extrair da pintura naqueles momentos. Mas, de alguma forma aquela imagem prendeu meus olhos.

Alm disso, pude associar essa tela a outras que se encontravam no MASP, alm de outros artistas que tambm se valeram das ideias impressionistas: Monet, Manet, Eliseu Visconti (tela abaixo).

Lembrei-me tambm dos msicos denominados como impressionistas e ouvi mentalmente alguns temas de um dos meus compositores favoritos, Claude Debussy (aqui, o 1. Movimento de O Mar, regido pelo italiano Claudio Abbado) a partir do vislumbre destas lindas telas originais.
As questes que ficam: para apreciar uma pintura, necessrio ter informao antecipada sobre o artista, a obra, as tcnicas, o contexto histrico? No possvel apenas ver, sentir?
Sim, acho possvel um apreciar intenso de leigos sobre uma pintura como essa. Acho tambm que o fato de no estarmos contaminados com tanta informao pode nos levar a interpretaes to ou mais interessantes do que aquelas descritas pelos crticos, historiadores e curadores. Quem sabe o desaprender que Rubem Alves reverencia no deva, de fato, ser por ns praticado para que novas experincias com a arte nos tomem de assalto? Acredito nisso.
Mas creio tambm que todas as informaes que possuo hoje sobre Renoir ou o impressionismo me levam a lugares onde os leigos tambm no podem ir ao se depararem com suas obras. No entanto, so apenas estradas. Apesar do itinerrio diferente ambas podem levar ao mesmo destino: edificao pessoal.
E para os que se perguntam: e o que Deus tem a ver com isso? Por que este texto em uma publicao de cunho protestante? Espero vocs no prximo texto. Caminhemos...
Nota
*ALVES, Rubem. A escola que sempre sonhei sem imaginar que pudesse existir. Campinas: Papirus, 2005, p. 51.
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msico, historiador, educador, escritor e revisor pedaggico de Histria. Seu trabalho musical principal o Baixo e Voz, que j conta com 21 anos, cinco CD's e um DVD. Mestrando em Educao, Arte e Histria da Cultura pela Universidade Presbiteriana Mackenzie.
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