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08 de maro de 2007
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Ser mulher ser missionria da ternura 285j6x

So poucas as mulheres com quem convivo que lidam bem com os papis de profissional, me, dona-de-casa e amante. Elas so profissionais com carreiras definidas e em ascenso, mes cuidadosas, filhas zelosas e amantes dispostas. Porm, o que vejo, e me incluo nisso, que boa parte de ns perdeu a significao da misso. Afinal, como falar em misso diante da necessidade de ser co-responsvel pelo sustento da casa? Essa j no seria a misso?
Sou jornalista e, para minhas reportagens, busco histrias interessantes, que personifiquem a necessidade de um mundo menos desigual, resgatem a cidadania e a solidariedade perdidas. Tenho dois filhos uma menina de 7 anos e um garoto de 9 , especializados em quase me enlouquecer com tantos por qu?, e meu marido pastor. No relacionamento conjugal temos de fazer constantes exerccios de dissociao de papis, para que nosso casamento no seja extenso da igreja (no pior sentido) ou um apndice da mesma. No gosto que me tomem como exemplo. No sou nem sirvo para ser modelo para ningum... Mas aonde quero chegar com essas confisses? Em Paul Tournier: ele me proporcionou a delcia de saber que eu, mulher, possuo o sentido da pessoa mais do que o homem. No sirvo como exemplo, mas tenho uma misso.
Por causa da misso de ser uma pessoa plena para ajudar outros a resgatarem esse sentido, no devo temer o que verdadeiramente pessoal para mim: amor, f, tristeza, alegria, culpa, sucesso, revs. Minha vida no deve ser determinada por modelos, quer sejam tradicionais ou feministas, mas pela minha prpria humanidade!
A leitura do livro me fez entender que a misso no tem a ver com opes pessoais, nem com a clssica guerra dos sexos. No estou, nem quero estar, em disputa com os homens. Afinal, quem disse que o padro da mulher ter conflito entre a intimidade familiar e o espao social? Decidi acreditar que todas as posturas so determinadas pela misso. Homem e mulher produzem. No trabalho, eu produzo; em seu ministrio, meu marido produz; por anos tendo dado aulas, minha me produziu; meu pai, como representante comercial, produz. A diferena que o homem conta a produo pelas coisas produzidas; a mulher, pelo desfrutar das coisas produzidas.
Percebi que ns, mulheres, no trabalhamos por alguma coisa, mas por algum. Fazer uma receita de bolo elaborada, trabalhosa, e at mesmo cara, s faz sentido quando as crianas batem palmas de apreciao. Busco no meu trabalho jornalstico, que exige uma grande dose objetividade, temper-lo com pores de subjetividade, que levam sntese e unio. A opo apenas pela objetividade caracterstica masculina leva anlise e separao. Ento, minha misso como mulher temperar o mundo no somente o jornalismo, mas principalmente minhas relaes interpessoais com generosas pitadas de subjetividade.
Reconheo que nem sempre pensei assim. Por muito tempo levei a srio a promoo da mulher, a disputa, a luta pelo poder e pelo controle. E posso dizer, sem medo, que dessa forma a promoo feriu a todas ns. Acabamos nos impondo uma (in)capacidade de istrar a jornada dupla, um padro de beleza tirano e um desgaste tremendo na relao com os homens, para quem somos confusas e difceis demais.
A verdadeira promoo nos reconhecermos mulheres com inteiras responsabilidades por nossas escolhas, respeitando nossas liberdades. Minha misso no determinada pelo meu casamento, ou pela minha vida profissional, ou pelo sucesso dos meus filhos como crianas obedientes e estudiosas. Sou, independente de minha condio. O que d sentido vida essa conscincia. Como bom saber que Jesus, que me motiva a trabalhar por um outro mundo possvel, levou as mulheres a srio. Basta observar sua conversa com a mulher samaritana ou o anncio de sua ressurreio a Maria Madalena, para vermos a estima e a confiana dadas a ns mas tambm as mesmas exigncias e promessas. De tudo isso tirei uma lio: Ser mulher ser uma pessoa plena, por existir, e influenciar para transformar, sendo uma missionria da ternura.
Nilza Valria jornalista da Viso Mundial, me e esposa, por acaso, de pastor.
Leia o livro
A Misso da Mulher, de Paul Tournier
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