Apoie com um cafezinho
Ol&aacute visitante!
Entrar Cadastre-se

Esqueci minha senha 643v3i

  • sacola de compras

    sacola de compras 2c1i1g

    Sua sacola de compras est vazia.
Seja bem-vindo Visitante!
  • sacola de compras

    sacola de compras 2c1i1g

    Sua sacola de compras est vazia.

Por Escrito 1yp51

Por que um Deus que faz milagre permite o sofrimento? 6q5q3d

Meus olhos alvejavam as linhas do monitor cardaco. Os intervalos entre os batimentos aumentavam. O ritmo arrastado significava que o sangue extravasava atravs do crnio fraturado, estava sendo eliminado do seu crebro.

Ele tinha 22 anos e algum o espancou com um taco de beisebol enquanto dormia. Sua esposa, ao seu lado, morreu durante o ataque. Seu filho de 4 anos presenciou toda a cena.

Eu adorava, crescia atendendo urgncia da sala de emergncia - o caos, a oportunidade de alcanar pessoas em um momento terrvel. Ainda assim enquanto colocava o o venoso central neste paciente em especial, tinha dificuldade em me concentrar. Pensava naquela criana de 4 anos de pijamas de macacozinho com pezinhos, e as imagens das brutalidades que ele talvez nunca esquecer.

Enquanto eu lutava com esses pensamentos, os paramdicos entraram s pressas com um menino de 15 anos, morrendo por um ferimento por arma de fogo. Eles j estavam fazendo compresses no seu peito para forar o sangue rico em oxignio seguir para o seu crebro. Num momento de adrenalina, peguei o bisturi e explorei cirurgicamente seu trax. Segurei seu corao j parado em minhas mos e procurei pelas extremidades com dedos trmulos. Quando minha mo se depara com um buraco escancarado, segurei a respirao. A bala tinha atravessado sua aorta. Eu no poderia salvar a vida dele.

Enquanto lutava contra as lgrimas, meu bip do trauma j piscava novamente. Outro menino de 15 anos. Desta vez, a bala atravessou sua cabea.

Tentei me recompor. O mnimo que poderia fazer, pensei, era tentar fechar o ferimento, limpar e dar a famlia um momento digno para seus ltimos momentos com o menino que amavam.

Em meio ao meu trabalho, as portas se abriram. Levantei os olhos somente a tempo de ver sua me entrando na sala. Ela congelou, gritou e se encolheu no cho. Eu retirei as luvas ensanguentadas das mos, corri para fora da sala, e escondi o rosto enquanto chorava.

Distante de Deus

Na manh seguinte, enquanto terminava meu planto, andava por ali como se estivesse perdida. Afligia-me o quo pouco a vida valia para as pessoas. Cada um dos meus pacientes sofreu nas mos de algum que via nenhum valor na vida. Como podia Deus permitir tamanho mal?

Eu cresci como crist nominal. Minha famlia tinha costumes cristos, mas nunca lemos a Bblia ou falamos sobre o evangelho juntos. Eu entendia o cristianismo como um sinnimo de bom comportamento.

Aps o trabalho, dirigi por horas. Uns 160 quilmetros de casa, estacionei numa ponte que ava pelo rio Connecticut. Montanhas beiravam o rio, e o pr do sol de outubro no horizonte em brasas que pareciam joias. Abaixo de mim, o rio brilhava como metal polido.

Eu segurei no parapeito, levantei a cabea contra o vento, respirei, e senti nada. Abri meus lbios para orar, mas nenhuma palavra saiu.

Sentia-me distante, separada de Deus. Eu pensava que Deus - se que ele existia - tinha me abandonado.

Depois, entrei para o agnosticismo. Dvidas levam desesperana, e desesperana ao desespero. Eu sonhava com o sono eterno, dormncia, aniquilao. Pensamentos de tomar minha prpria vida me incomodavam diariamente. Lutava com o impulso para retornar quela ponte sobre o rio Connecticut e pular por cima daquela grade.

Somente o amor pelo meu marido, Scottie, me levava em casa todos os dias.

Meses mais tarde, Scottie perdeu o emprego. Enquanto eu me debatia com o problema do mal, ele procurou a igreja. Entendeu a Palavra pela primeira vez e aceitou Jesus como seu salvador. Scottie me convidou para ir com ele, mas eu continuava desiludida. Quando finalmente eu fui igreja apenas para agrad-lo, o santurio, as msicas, e a cerimnia pareciam constrangedores e estranhos. Ele baixava a cabea para orar e eu olhava pra frente com pensamentos distantes, fora dos muros da igreja, olhar desafiador.

De partir o corao

Algum tempo depois, comecei a trabalhar na UTI. Entre meus pacientes estava Ron (pseudnimo). Um homem de meia idade que teve uma parada cardaca aps uma cirurgia de quadril. Ele teve leso cerebral grave pela falta de oxignio, e dependia de um ventilador mecnico para respirar. Em estado vegetativo, Ron abria os olhos, mas no apresentava conscincia do que estava ao redor. Neurologistas previam que ele no se recuperaria.

A esposa e as filhas de Ron ficavam ao redor da cama dele e oravam por um milagre. Eles no podiam aceitar que aquele homem tempestuoso, amante de futebol, jogador de massa de pizza, divertido, que eles tanto estimam nunca mais poderia reconhec-los.
Uma manh, a UTI de repente ressoava com interpretaes de msicas dos anos oitenta. Encontrei a esposa do Ron ao seu lado, cantando enquanto embalava a mo dele no seu queixo. Ela sorriu quando me aproximei.

Eu estava orando ontem noite, e quando acordei, sabia que ia ficar tudo bem, ela disse. Deus me disse que ele vai ficar bem.

Eu irava a sua convico e esperana, especialmente porque eu no tinha nenhuma. At porque os dados clnicos do seu marido prometiam que nada ia ficar bem.

Na semana seguinte, todos os dias, ela se agarrava nele e entoava msicas que os dois adoravam. Ela orava alto. Ela jogava bnos para todos na unidade. Meus colegas e eu tnhamos dificuldades em expressar nossas preocupaes. Balanvamos nossas cabeas e nos entreolhvamos pensando, de partir o corao.

Uma tarde, ela e suas filhas me chamaram. Eu entrei no quarto, tentando adiar a conversa.

Ele moveu o dedo quando pedimos disse a esposa.

Eu me aproximei pertinho da orelha de Ron, e chamei seu nome. O instiguei a mover. Nada. Me desculpe. Provavelmente foi um reflexo, eu disse.

No, a esposa insistiu. Veja. Ela colocou a mo no ombro dele, e gritou no seu ouvido para mexer o dedo. Ele o fez.

No dia seguinte, ele virou sua cabea na direo deles. Ento, ele piscou ao comando. Em duas semanas, ele estava acordado. Em trs, ele sentou na cadeira.

No mximo, nossos neurologistas previam que ele poderia perceber algum movimento ocasionalmente. Ningum esperava que esta condio pudesse se resolver to dramaticamente. A cincia mdica no poderia explicar essa recuperao.

Trazendo nossas aflies

Eu suspeitava que tinha testemunhado um milagre. Mesmo assim, eu ainda brigava com Deus. Como Ele poderia conceder tal bno, e ainda assim permitir o sofrimento?

Scottie me encorajou a ler a Bblia. Eu comecei com os evangelhos, ento continuei com Romanos. As palavras me eram familiares, mas em meu corao recm-aberto, a leitura revelou o amor de Cristo em pinceladas que nunca havia percebido. A agonia que ele sofreu por ns me deixou sem flego. Ele, tambm, aguentou a dor e confrontou a face do mal. E aguentou tal aflio - nossa aflio - por ns. Romanos 5:1-8 revelou a magnitude maravilhosa do amor de Deus. Ele conhece o sofrimento.

O Senhor pegou meu desespero e criou uma tela para seu perfeito trabalho. Assim como Cristo levantou Lzaro para que outros pudessem acreditar, ento ele redime o sofrimento - ferimentos por arma de fogo, o luto, os empregos perdidos, o desnimo na beirada da ponte - para sua glria. Em sua misericrdia, ele desce para nos elevar, e para completar milagres que no podemos nem fingir entender. Ele derrama suas bnos todos os dias - nos tons de joias de outubro, mas tambm nas noites duras, e todo respirar entre esses dois.

Kathryn L. Butler uma cirurgi do trauma e intensivista, que acabou de deixar a sua clnica para ensinar suas crianas a partir de casa. Ela d aulas na Faculdade de Medicina de Harvard. Seu blog Oceans Rise: Musings on Faith, Medicine, and Motherhood.

Nota: Traduzido por Mireille Gomes

Leia mais
A cabra
O Co de Caa do Cu e o Menino Sorriso
Em um janeiro de luz fui iluminado

Imagem ilustrativa: Pixabay.com.

QUE BOM QUE VOC CHEGOU AT AQUI. 3c2p5s

Ultimato quer falar com voc.

A cada dia, mais de dez mil usurios navegam pelo Portal Ultimato. Leem e compartilham gratuitamente dezenas de blogs e hotsites, alm do acervo digital da revista Ultimato, centenas de estudos bblicos, devocionais dirias de autores como John Stott, Eugene Peterson, C. S. Lewis, entre outros, alm de artigos, notcias e servios que so atualizados diariamente nas diferentes plataformas e redes sociais.

PARA CONTINUAR, precisamos do seu apoio. Compartilhe conosco um cafezinho.


Leia mais em Por Escrito g5u61

Opinio do leitor w2a3f

Para comentar necessrio estar logado no site. Clique aqui para fazer o ou o seu cadastro.
Ainda no h comentrios sobre este texto. Seja o primeiro a comentar!
Escreva um artigo em resposta

Ainda no h artigos publicados na seo "Palavra do leitor" em resposta a este texto.