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05 de novembro de 2021
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Pandemia e Solido 204u2w
Por Rubem Amorese
Um estudo divulgado pela CBN d conta de que os recm-nascidos que requerem cuidados de incubadora desenvolvem vrios nveis de depresso, chegando a sofrer paradas cardacas quando am muito tempo sem ouvir a voz da me. Um mdico especialista comentava que, em sua experincia prtica, viu muitos bebs simplesmente desistirem de viver, como resultado do isolamento. A criana perde a vontade de viver, dizia o doutor.
Entretanto, contrariamente s normas do hospital, uma enfermeira ou a tocar e conversar com os nens que choravam noite. O resultado inesperado foi uma grande mudana na evoluo da sade daquelas crianas. Pesquisa feita, a enfermeira foi descoberta e identificada como a causa do grande ndice de sobrevivncia dos recm-nascidos.
Nesses tempos de pandemia, todos temos sofrido de solido. Cada um ao seu modo, somos sacudidos pelas perdas, pelo isolamento e pela ameaa de que podemos ser os prximos a serem escolhidos pelo vrus letal.
Impossvel deixar de pensar sobre isso, do ponto de vista da nossa f evanglica. assim que emolduro a questo pensando em uma ruptura do den uma tragdia primria, experimentada por Ado, e que ou a todos os homens (Rm 5.12). Penso, tambm na ruptura do parto, tragdia secundria, experimentada por todo ser humano. Ambas produzem a dor da separao e da solido. Talvez a mais bsica, profunda, marcante e sorrateira dor conhecida pelo ser humano.
A soluo para a dor primria a restaurao da ruptura primria, a restaurao da intimidade com Deus, possvel por meio de um profundo movimento reconciliador, proposto pelo prprio Deus, na pessoa de seu Filho. A resposta secundria, pessoal e existencial a cura das nossas rupturas pessoais, conseguida pelo desenvolvimento da arte de cultivar intimidade duradoura com nosso prximo, coisa impossvel, anteriormente a Pentecostes. Mas agora, por meio do Esprito Santo, perdoamos e somos perdoados; buscamos verdadeira comunho, e somos restaurados famlia de Deus, por meio daquele que nos amou. Somos abraados pelo Pai, que nos prepara um banquete comunitrio de boas vindas, de modo que nossos irmos tambm possam nos abraar (Lc 15).
Precisamos aprender e ensinar aos nossos filhos o que nos ordena Deuteronmio 6. Sim, amar a Deus de todo o corao o caminho de volta intimidade primria; o mximo da volta ao den que podemos conseguir nesta vida. Tratada a ferida primria; restauradas tambm as feridas secundrias igreja, amizades, afetos, famlia etc. , estaremos voltando para casa. Agora, j no procura de algo; agora, tendo aprendido a permanecer; agora vivendo a vida nos braos do Pai (Sl 131:2) e dos irmos (Cl 3:12).
Poderamos lembrar muitos motivos para amar a Deus de todo o corao, mas acho que Deus pensava em ns ao nos legar o mandamento de Deuteronmio 6. Ele sabe que s h um jeito de retornarmos ao duplo paraso do den e do tero materno: tendo-o presente, ntima e afetuosamente, em nossos coraes, e permitindo que essa nova condio a de reconciliados com Deus transborde para as nossas relaes.
A partir de ento, nunca mais estaremos sozinhos. A solido ter sido vencida, l dentro. E mesmo sozinhos, andaremos pelas ruas da cidade com o conforto e a alegria de quem est acompanhado do grande amor de sua vida.
Publicado originalmente no blog Rubem Amorese.
Leia mais:
Solido, isolamento social e a igreja | Dilogos de Esperana
A solido inerente ao ser humano e ela pode ser produtiva, bem aproveitada, reveladora.

Entretanto, contrariamente s normas do hospital, uma enfermeira ou a tocar e conversar com os nens que choravam noite. O resultado inesperado foi uma grande mudana na evoluo da sade daquelas crianas. Pesquisa feita, a enfermeira foi descoberta e identificada como a causa do grande ndice de sobrevivncia dos recm-nascidos.
Nesses tempos de pandemia, todos temos sofrido de solido. Cada um ao seu modo, somos sacudidos pelas perdas, pelo isolamento e pela ameaa de que podemos ser os prximos a serem escolhidos pelo vrus letal.
Impossvel deixar de pensar sobre isso, do ponto de vista da nossa f evanglica. assim que emolduro a questo pensando em uma ruptura do den uma tragdia primria, experimentada por Ado, e que ou a todos os homens (Rm 5.12). Penso, tambm na ruptura do parto, tragdia secundria, experimentada por todo ser humano. Ambas produzem a dor da separao e da solido. Talvez a mais bsica, profunda, marcante e sorrateira dor conhecida pelo ser humano.
A soluo para a dor primria a restaurao da ruptura primria, a restaurao da intimidade com Deus, possvel por meio de um profundo movimento reconciliador, proposto pelo prprio Deus, na pessoa de seu Filho. A resposta secundria, pessoal e existencial a cura das nossas rupturas pessoais, conseguida pelo desenvolvimento da arte de cultivar intimidade duradoura com nosso prximo, coisa impossvel, anteriormente a Pentecostes. Mas agora, por meio do Esprito Santo, perdoamos e somos perdoados; buscamos verdadeira comunho, e somos restaurados famlia de Deus, por meio daquele que nos amou. Somos abraados pelo Pai, que nos prepara um banquete comunitrio de boas vindas, de modo que nossos irmos tambm possam nos abraar (Lc 15).
Precisamos aprender e ensinar aos nossos filhos o que nos ordena Deuteronmio 6. Sim, amar a Deus de todo o corao o caminho de volta intimidade primria; o mximo da volta ao den que podemos conseguir nesta vida. Tratada a ferida primria; restauradas tambm as feridas secundrias igreja, amizades, afetos, famlia etc. , estaremos voltando para casa. Agora, j no procura de algo; agora, tendo aprendido a permanecer; agora vivendo a vida nos braos do Pai (Sl 131:2) e dos irmos (Cl 3:12).
Poderamos lembrar muitos motivos para amar a Deus de todo o corao, mas acho que Deus pensava em ns ao nos legar o mandamento de Deuteronmio 6. Ele sabe que s h um jeito de retornarmos ao duplo paraso do den e do tero materno: tendo-o presente, ntima e afetuosamente, em nossos coraes, e permitindo que essa nova condio a de reconciliados com Deus transborde para as nossas relaes.
A partir de ento, nunca mais estaremos sozinhos. A solido ter sido vencida, l dentro. E mesmo sozinhos, andaremos pelas ruas da cidade com o conforto e a alegria de quem est acompanhado do grande amor de sua vida.
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A solido inerente ao ser humano e ela pode ser produtiva, bem aproveitada, reveladora.
Rubem Amorese presbtero emrito na Igreja Presbiteriana do Planalto, em Braslia. Foi professor na Faculdade Teolgica Batista por vinte anos e consultor legislativo no Senado Federal. autor de, entre outros, Fbrica de Missionriose Ponto Final.Acompanhe seu blog pessoal: ultimato.com.br/sites/amorese.
- Textos publicados: 38 [ver]
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Site: http://www.amorese.com.br
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