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Opinio 1l3n6q

O ministrio do copo d'gua 2r4e6m

PorIvan Abreu Figueiredo
Em uma tocante agem do evangelho, Jesus afirma no se esquecer de quem tenha feito o pequeno gesto de ofertar um copo de gua fria ao sedento. Essa agem nos convida a pensar em sua amplitude e profundidade de aplicaes. simples, profunda, desafiadora. Nos desafia a uma sensibilidade maior para com as sedes das pessoas a nosso redor, tanto de gua quanto de reafirmao, nimo, ajuda. um xeque-mate na distrao e indiferena que tantas vezes nos caracteriza em nossa caminhada. Um lembrete da necessidade de retirar as escamas de nossos olhos para sermos menos egocntricos.
Outra linda dimenso aqui a da simplicidade do estar presente, sem alarde, com gestos simples. E a a gente se alegra por existir o espao generoso tanto nas cortesias e ateno de rotina quanto nos gestos extravagantes como o da mulher que derramou um pote carssimo de perfume sobre Jesus. A Escritura expondo a infiltrao bendita da bondade em pequenos atos que podem virar costume e em rasgos que detonam a rotina apontando para a liberdade do e no Esprito. Tudo de fato comea aqui em nossa sensibilidade em relao ao outro.
H ainda o aspecto do uso deliberado e consciente do que temos e somos para abenoar pessoas. Nosso copo d"gua compartilhado pode ser exatamente o que algum precisa em determinado dia e hora. Pode ser a evidncia de estarmos no caminho estreito e certo daqueles que resolvem usar seus relacionamentos e posies, aproveitando-os como oportunidades de fazer o bem, fazer diferena. Na contramo da triste tendncia de us-las em benefcio prprio, verso explcita do "homo interesseirus" que no devemos ser.
H ainda o contraste entre o pequeno gesto (dar um copo d"gua fria) e suas dimenses eternas na tica do Pai, um chamado a reconhecer nossas vises limitadas das coisas e da vida, bem abaixo dos pensamentos do Onisciente.
Devo minha esposa Jacira o chamado a essa reflexo, por ter adotado em casa uma prtica que no me ocorreria: a de oferecer um copo d"gua a todos os entregadores que vm aqui. A percepo dos pequeninos mencionados pelo Mestre nessa agem exemplificada nas reaes deles: alguns se retraem na negativa, tmidos; outros o recusam com o jeito de quem no est com sede agora, outros nos brindam com uma luz alegre no olhar, aceitam esse alvio do calor de So Lus adicionado ao suor das corridas de moto com os fardos de comida nas costas. Outros relaxam mais, ao ponto de no rejeitar o segundo copo d"gua que ela me ensinou a oferecer com a pergunta: "Aceita um pouco mais">Mesmo cansado, Jesus gasta tempo com a mulher samaritana
Ivan Abreu Figueiredo, mdico, professor universitrio, membro da Igreja Batista Plenitude, So Lus, MA.
  • Textos publicados: 14 [ver]

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