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Opinio 1l3n6q

O bem comum nas Escrituras 271q1

PorTimteo Carriker
Especialmente o Antigo Testamento uma fonte rica para explorar e desenvolver fundamentos para uma tica pblica do povo de Deus em relao cultura.1 J o Novo Testamento acaba contribuindo mais para discutir especificamente o papel da igreja na tica pblica. Aqui vamos considerar uma das agens neotestamentrias mais claras, Romanos 13.1-7, dentro do seu contexto literrio maior de Romanos 12-14 e dentro do seu contexto histrico-cultural da cultura romana.
Romanos 12-14. Nesses trs captulos, Paulo aplica pastoralmente na vida das congregaes romanas o seu propsito missionrio maior de alcanar gentios e judeus e de uni-los em uma nova humanidade em Cristo. O tema da salvao primeiro do judeu e tambm do gentio (Rm 1.16) dever resultar na unidade dos dois dentro da igreja. A metfora do corpo fornece o ponto de partida para toda a sua exortao a favor de uma unidade que abraa a diversidade. O conhecimento pessoal que Paulo tem no captulo 16 dos membros das igrejas romanas demonstra que as exortaes nos captulos 12-14 so relevantes para a situao especfica dessas igrejas. A viso missionria de Paulo no simplesmente uma questo de geografia, como se a proclamao do evangelho na Espanha cumprisse a sua misso. Ao invs disso, o alvo para Paulo a realizao das promessas de Deus a respeito da unidade de judeus e gentios na formao de um novo povo de Deus sem diviso tnica, um povo que vive uns aos outros entre si e dentro da sociedade maior. Suas exortaes pastorais refletem uma aplicao dessa realizao dentro dos problemas especficos das igrejas romanas. A funo pastoral da agem no s flui do propsito missionrio maior de unidade como tambm contribui para ela. Isso porque uma comunidade crist unida e estvel seria` uma base bem melhor para alcanar a Espanha do que uma igreja cheia de conflitos internos.
Romanos 13.1-7. Apelo para a ividade ou para a transformao? dentro desse contexto maior do propsito missionrio de Paulo nessa carta e da funo especfica dos captulos 12-14 que consideramos o trecho de 13.1-7. um pargrafo curto dentro desses captulos. Trata do comportamento da igreja em duas direes: interno e externo, o comportamento entre outros membros da igreja e o comportamento entre os no-crentes. Ambas as direes fluem do plano de salvao do mundo, o projeto de novos cus e nova terra. Romanos 13.1-7 pertence principalmente categoria da tica pblica. A tica pblica da igreja no um tema que domina os captulos 12-14 como um todo, mas ela j aparece em 12.14 e 12.17-21, onde a instruo geral para os membros da igreja em relao aos que no so membros fazer o bem perante todos os homens, tende paz com todos os homens, vencer o mal com o bem e abenoar os que vos perseguem.
O pano de fundo cultural: engajamento com o mundo. importante ressaltar que o tema da Carta aos Romanos exposto em 1.16, o evangelho como o poder de Deus, era facilmente entendido como uma afronta para o imprio romano, que anunciava literalmente um evangelho de paz e segurana mundial debaixo da supremacia do Csar, sem dvida um totalitarismo religioso-cultural do tipo exposto acima por Qutb. Por isso, 13.1-7 dificilmente pode ser entendido como uma teologia universal do estado, um parnese2 direcionado para circunstncias especficas. provvel, por exemplo, que Paulo quisesse evitar um novo dito como aquele de Cludio oito anos atrs, em 49 d.C., que resultou na expulso dos judeus de Roma. Paulo temia que um novo dito poderia atingir no s os judeus cristos como a igreja toda. Alm disso, ele estava ciente de que o pagamento de impostos era potencialmente uma questo sensvel. Entretanto, no a situao especfica ou at mesmo a aplicao do ensino situao que explica a natureza fundamental da agem. Romanos 13.1-7 uma exortao que faz parte de um estrato maior de ensino tico cuja funo era exortar os cristos a participar no mundo. Se isso for verdade, ento essa agem parte de uma tradio que guia a igreja no processo de transformao social do mundo e que depende de envolvimento missionrio, entusiasmado e circunspecto nas estruturas da sociedade. Para Paulo, esse envolvimento era o corolrio tico e missiolgico do plano de Deus para a salvao universal.
Os cdigos domsticos. Romanos 13.1-7 faz parte de um corpo maior de ensino no Novo Testamento estruturado e enraizado semelhantemente em um elemento dominante e muito bsico da cosmoviso mediterrnea antiga, isto , a casa. Os relacionamentos mais fundamentais da cultura mediterrnea antiga eram relacionamentos de parentesco, e a instituio casa (gr. oikos) era onde a maioria desses relacionamentos ocorria. Mais ainda, as expectativas sociais da casa excediam a esfera privada. A casa antiga era considerada a pedra fundamental da sociedade. Sua estabilidade garantia a estabilidade da cidade-estado. Desde o perodo de Augusto, o imperador era considerado o pater patriae (lat.): ele era um pai, e o estado era a sua casa. No mundo greco-romano antigo, a casa e a sociedade eram separadas apenas por uma barreira muito permevel. Para aqueles que atriburam a um Deus criador a estrutura bsica da natureza, era natural expandir a ideia do oikos humano a uma oikonomia theou, que, por sua vez, abrangeria toda a estrutura do universo. Essa a ideia clara de 1Pedro 2.13, e o pensamento de Paulo em Romanos 13.1-7 semelhante. A mesma permeabilidade existia em Romanos entre a igreja como casa e a sociedade. Nas crenas judaica e crist, Deus abraa o mundo inteiro para os seus propsitos. A oikonomia de Deus desenvolve a vida toda, e, por isso, a vida crist ter de ser vivida dentro da cultura.
Romanos 13.1-7 deve ser visto dentro de um programa social-tico e missiolgico semelhante. Seu contexto literrio est dedicado mensagem de que o povo de Deus deve viver consciente de ser uma nova humanidade de Deus no mundo. As circunstncias especficas em Roma, que ocasionaram a escolha parentica de Paulo, determinaram a forma da aplicao especfica (vv. 1,5,6,7), mas o alvo mais fundamental era direcionar as congregaes para participar proativamente na vida pblica, e, veja bem, no por oposio (totalitarismo religioso, via Qubt) e sim por submisso (pluralismo poltico religioso, via Volf).
A inteno transformadora de 13.1-7 transparece mais na maneira como a agem convoca a igreja ao. Estudos recentes da estrutura retrica da agem sugerem que o v.3 expressa a ao central na parnese por meio da frase fazer o bem. no imperativo de fazer o bem que Paulo coopta a conveno cultural conhecida como benfeitoria para equipar a igreja para a transformao da sociedade. A prtica de benfeitoria existia para garantir o bem-estar da sociedade por meio das contribuies dos cidados de maior recurso, semelhante ao padrinho ou ao coronel na sociedade brasileira colonial (sem ser pejorativo). O termo a boa obra (o agathos; vv.3-4) e a ordem fazer a boa obra (to agathov poiei; v.3) aparecem frequentemente nas descries de benfeitoria; e o termo louvor (epainos) como galardo de governantes para bons cidados e benfeitores pertence ao domnio semntico dessa conveno cultural. Dentro de tal discusso de responsabilidade pblica, as congregaes romanas certamente teriam entendido essa referncia.
O importante reparar como a conveno de benfeitoria era empregada pelos escritores cristos. Eles no apenas enfatizam a continuao da obrigao dos benfeitores cristos para a sociedade, mas expandem a conveno pela sua fundamentao teolgica, aplicando-a a toda a comunidade crist. Isso tambm ocorre em Romanos 13.1-7, e nesse ponto que as injunes dessa agem adquirem uma conotao radical de transformao. Fazer o bem se torna obrigao de todos, no apenas dos poderosos com mais recursos. O conceito de benfeitoria efetivamente contextualizado para abranger a igreja toda. A benfeitoria subvertida e transformada em servio humilde, um exerccio que coloca o escravo espiritualmente no mesmo papel do mestre (veja 1Tm 6.1-2). Na oikonomia surpreendente de Deus, a nobreza e a honra, galardes da benfeitoria, so atribudas aos escravos.
Em Romanos 13.1-7, uma conveno cultural associada com os poderosos e os ricos atribuda tambm aos fracos e pobres dentro da comunidade, uma conveno para definir e resumir a sua tica interna e a sua tica pblica. De qualquer maneira, fazer o bem deve ser entendido como o servio a favor dos outros e intrnseco misso da igreja e ao projeto de Deus de unir gentios e judeus. Essa base teolgica da exortao capacita a igreja para um ministrio difcil e sacrificial (8.31-19), e chama a igreja para se engajar plenamente no mundo a fim de transformar os seus caminhos e os seus valores.
Concluso
A alternativa do apstolo Paulo para um contexto de totalitarismo religioso (romano) no um outro totalitarismo religioso (cristo). No, Paulo apela para a sujeio s autoridades e ao mesmo tempo para a sua subverso por meio de uma tica pblica que, quando praticada, era um dos principais meios de transformao das culturas que cercavam a igreja ao longo dos sculos. O socilogo estadunidense Rodney Stark documenta detalhada e convincentemente como isso transpirou durante os primeiros trs sculos da igreja crist primitiva e redundou um crescimento numrico que atingiu 50% da populao romana.3 Mas a mesma histria se repete ao longo dos sculos e em regies geogrficas e tnicas as mais diversas, onde a igreja aprendeu e exerceu a tica pblica de fazer o bem.

Originalmente publicado por Martureo. Reproduzido com autorizao.

Notas
1- Os livros de teologia bblica do Antigo Testamento so especialmente relevantes. Minha prpria contribuio se encontra em O propsito de Deus e a nossa vocao. Uma teologia bblica da misso toda. Viosa: Ultimato, 2021.

2- Termo tcnico da retrica grega para uma exortao moral. Paulo usa bastante essa ferramenta da retrica greco-romana em Romanos.

3- O crescimento do cristianismo. Um socilogo reconsidera a histria. So Paulo: Paulinas, 2006. Resumo este fenmeno no meu livro, O que igreja missional. Modelo e vocao da igreja no Novo Testamento. Viosa, Ultimato, 2018.


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telogo, missionrio da Igreja Presbiteriana Independente, capelo dA Rocha Brasil e surfista nas horas vagas. Pela Editora Ultimato, autor de O Propsito de Deus e a Nossa Vocao,A Viso Missionria na Bblia e Trabalho, Descanso e Dinheiro. blogueiro da Ultimato.
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