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02 de setembro de 2021
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A teologia que Stott estudou 4u1im
Por Jos de Segovia
O protestantismo em que fui criado ou era fundamentalista ou liberal, no havia meio termo. Stott me ensinou, sem dvida, que havia uma "terceira via".
O arcebispo de Canterbury, Robert Runcie, acabava de se aposentar do primaz da Comunho Anglicana, onde se tornou lord, apesar de enfrentar o governo conservador de Thatcher e o anglo-catolicismo de onde veio, por suas ideias liberais, quando embarcou em um cruzeiro no impressionante transatlntico Queen Elizabeth 2, onde conheceu um embarcador evanglico da Carolina do Norte chamado David Spence, que era amigo de John Stott e agora seu executor literrio. Runcie estudou teologia em Cambridge com Stott, sendo eleito arcebispo no lugar do colega de escola de Stott, Hugh Montefiore. Como lder da Igreja da Inglaterra, Runcie havia concedido o grau de doutor honorrio a Stott, pois como disse Spence, Ele tinha uma mente to brilhante que foi o melhor estudante da tradio teolgica liberal de Cambridge. Runcie ainda acrescentou: O problema que no cria nela.
O cristianismo evanglico sempre se distinguiu por sua ignorncia da teologia moderna, mas quando algum aluno se aproxima academicamente dela, inevitavelmente a assume de maneira acrtica. Quando estudei com Stott no Instituto de Londres para o Cristianismo Contemporneo, antes de fazer jornalismo na Universidade de Madri e Teologia na Holanda, no conhecia mais que dois tipos de evanglicos: os que no queriam saber de teologia contempornea e os que estavam to fascinados por ela que pronunciavam os nomes de cada autor com uma devoo apenas comparvel maneira que repetiam cada uma de suas frases como um papagaio.
O protestantismo em que fui criado era fundamentalista ou liberal, no havia meio termo. Em certo sentido, temo que as coisas no tenham mudado tanto assim. A maioria segue desprezando a teologia ou tem as posturas mais extremas possveis, mas sempre h uma minoria mais aberta, que acaba absorvendo com suas leituras todo o pacote da teologia atual, at ser incapaz de no ver nenhum problema nela. Fui ensinado por Stott, sem dvida de que havia uma terceira via. O problema que como ele viveu no final da Segunda Guerra Mundial e, eu mesmo experimentei, uma data to tardia como o final dos anos 80. Estudar teologia como evanglico em uma universidade que no evanglica um caminho solitrio, caso queria ser fiel Bblia.
Um caminho solitrio
Seu amigo, o telogo metodista Donald English lembra que Stott estava to sozinho que era um dos poucos que no via as coisas como eram ensinadas. Isso, paradoxalmente o levou a um estudo mais profundo e detalhado da Bblia, disse English. Tanto que seu professor liberal mais conhecido, junto ao congregacional C.H. Dodd Raven dizia que Stott tinha o recorde do maior nmero de versculos bblicos memorizados corretamente na prova final.
Sttot comparava o que o professor Dodd dizia em suas aulas sobre o Evangelho segundo Joo, desde o contexto helenstico, com o que o texto dizia. Segundo disse Stott, o problema no eram tanto os argumentos liberais, mas como olhar para duzentos estudantes que me cercavam, tragando cada palavra que dizia o grande professor. Se deu conta que era a nica pessoa que no estava de acordo com ele. No havia senso crtico. O mais difcil para Stott, segundo seu amigo Oliver Barclay foi a extraordinria confiana com que assumiam especulaes do momento como a bvia verdade.
Dodd estava no auge de sua carreira acadmica e, apesar de no ser anglicano, Cambridge havia dado a ctedra para ele fazia sete anos. Era o primeiro professor do contexto que os anglicanos chamam igrejas livres, j que era congregacionista. Stott lembra que falava bem e escutava extraordinariamente bem. Era pequeno como um pssaro, agudo e lcido, preciso e encantador. Sempre me lembro da frase de Dick Lucas, outro grande pregador anglicano de Londres que dizia que todos os hereges so encantadores. Assim falava Stott em suas observaes: falava com autoridade e segurana, qualidades que irritavam aqueles que pensvamos de sua aproximao aos evangelhos estava fundamentalmente equivocada.
Deserto espiritual
Comparado com outros professores, Dodd tinha mais base bblica que muitos outros e representava, em certo sentido, um retorno ortodoxia. Mas Stott se irritava com a excessiva confiana com que ele falava. Assistiu a todas as suas aulas, diferente dos outros que somente liam seus livros, mas resistiu aos seus argumentos liberais. O professor dos evangelhos sinticos era B. T. D. Smith, que na juventude foi um fervoroso anglicano catlico e agora, havia perdido totalmente sua f, segundo Stott. Sempre lembrava uma frase do telogo suo Oscar Cullman em sua Cristologia do novo testamento (1959) de que pessoas como Smith pareciam ter um prazer quase sdico em encontrar discrepncias nos evangelhos.
Apenas o vice-presidente de Ridley, C. F. D. Moule comeava a aula com uma orao. O telogo observou como o liberalismo se voltava mais e mais negativo, at chegar numa grande aridez e que estudar teologia era entrar em um deserto espiritual. No era apenas uma preparao para o ministrio, mas havia se tornado mais do que um exerccio acadmico filosfico para resolver problemas intelectuais. Stott ava a maior parte do seu tempo no quarto, ou na sala de leitura da biblioteca universitria. Somente no vero lia no jardim de Trinity.
O sistema universitrio britnico se baseia em estudo prprio e nas tutorias mais do que nas aulas. Os estudantes formavam grupos com trs ou quatro pessoas com um tutor, que no caso de Stott foi o professor John Barnaby. Ele se lembra do professor como uma pessoa de aspecto melanclico, incapaz de produzir algum entusiasmo ou extremismo. Barnaby havia sido ordenado a pouco tempo e sucedeu a Michael Ramsey em 1952 na prestigiada ctedra de teologia Regius, alm de ser ator, msico e cantor de Folk. Stott no concordava com a forma que Barnaby contrapunha a Jesus com a lei de Moises em Mateus 5.
nimo na luta
No meio de suas lutas teolgicas, encontrou um apoio inesperado em um dos maiores especialistas em lnguas antigas que havia em Cambridge. Basil Atkinson tinha em seu cuidado os manuscritos que guardava na universidade como encarregado da biblioteca. Como muitos professores de Oxford e Cambridge era excntrico como poucos. Solteiro, vivia com sua me idosa. Andava de bicicleta pela cidade, como a maioria, entretanto chamava a ateno com suas roupas e chapus pitorescos. Tinha um vozeiro e pronunciava cada palavra com tanta nfase que muitos o imitavam.
Atksinson fazia as leituras bblicas na igreja de So Paulo todo domingo pela manh e algumas pessoas iam somente para escutar como ele lia. Sempre convidava estudantes para sua casa, e era de fato, o principal apoio acadmico que o grupo bblico universitrio tinha, era disposto a aconselhar e animar qualquer um que se aproximasse. Um homem de orao, consciente de sua excentricidade. Esteve preso na cadeia por ser objetor de conscincia na Primeira Guerra Mundial. Ainda que tenha animado muito, suas raridades o impediam, sem dvida de poder simpatizar com todos os problemas de Stott.
O mais normal dos professores era o dr. Douglas Johnson, que chegaria a ser secretrio dos Grupos Bblicos Universitrios por 37 anos. Todos o chamavam de DJ. Queria ter sido mdico missionrio, mas ficou na Inglaterra. Estava muito interessado nos estudiosos de Cambridge que haviam revisado a traduo da bblia em 1881: Lightfoot, Westcott e Hort. Foi DJ que introduziu Stott na vida e obra de Charles Simeon, o pastor de Holy Trinity que h 150 anos atrs havia mantido a pregao evanglica em Cambridge.
O sonho de DJ era promover um movimento na universidade de volta s doutrinas da Reforma e a erudio bblica que havia caracterizado os evanglicos no ado. DJ acreditava que foi o pietismo o motivo de tornar a teologia to liberal. Sua influncia na Formao do Comit de Investigao Bblica nos Grupos Bblicos Universitrios foi a chave para a formao da Comunidade Tyndale para a investigao bblica que tinha sua base em Cambridge.
Critrio prprio
O discpulo mais evidente de DJ era Oliver Barclay. Stott se reconhecia mais como seguidor de Bash na obra dos acampamentos para alunos da educao particular exclusiva, que chamada de pblica na Inglaterra. Isto era, em parte pela independncia de Stott do grupo de estudantes de CICCU, presidida por Barclay e daria lugar a UCCF* e a IFES*. O mistrio pelo qual Stott nunca chegou a ser membro da associao explicado por seu amigo e bigrafo Dudley-Smith, pois foi uma promessa que fez a seu pai de que nunca se uniria a esse grupo de fanticos religiosos. verdade que seu pai seguiu pagando seus estudos, bora se recusasse a fazer teologia, mas difcil pensar que foi por fidelidade a essa promessa, que os apoiava economicamente, mas nunca quis ser membro.
O que est claro que Stott manteve uma independncia, pela qual no s sua f poderia sobreviver em um ambiente to hostil, mas ele respondeu criticamente ao que seus professores lhe ensinaram. Deve-se perceber que mesmo no contexto de Ridley Hall o centro onde se preparou para a ordenao de candidatos evanglicos Stott criticou sua fixao no ado, a falta de interesse em exegese precisa e o desinteresse por problemas contemporneos. Fundada em 1881 como a resposta prtica ao ritualismo e propaganda racionalista, teve inicialmente o apoio de Lightfoot e Westcott, at que eles o consideraram estritamente evanglico.
Fundado pelo ento bispo de Durham, Handley Moule, o diretor por dezessete anos era J.P.S.R. Gibson. Nascido em Paris em 1880, filho de um pastor metodista que se tornou anglicano por sua esposa. Era to pouco anglicano que quase nunca usava o colar clerical. Como Stott, sempre usava terno, mas com uma flor na lapela e tinha averso ao ambiente eclesistico, inclusive havia pensado em fugir do dia da sua ordenao anglicana. Essa averso de Gibson ao ambiente eclesistico acredito que influenciou at na indumentria, como se pode comprovar facilmente em suas fotos, pois raramente estava com os trajes clericais. Assim como Gibson, parecia que colocava-os quando no havia mais remdio. Algo que caracterizava tambm o reitor da All Souls, Earnshaw-Smith, onde Stott serviu como assistente inicialmente em seu ministrio. Falaremos dele no prximo artigo.
A identidade evanglica
Este visual quase provocador era tpico da gerao de John Stott y Dick Lucas. Os jovens que os seguem, depois, tm uma excessiva preocupao por se conformar no meio anglicano e acadmico. Neste sentido, ainda que tenha agora, por menos, cinquenta professores evanglicos de teologia nas universidades britnicas, acredito que no tinham a radicalidade que vemos em homens como F.F Bruce, que comeou sua carreira acadmica pouco depois.
Os modelos dessa gerao eram mestres como C.F.D Moule, conhecido como Charlie, vice-presidente de Ridley at 1944. Moule combinava sua erudio brilhante do Novo Testamento com a humildade, amabilidade e encanto pessoal que Stott mostrava. A teologia evanglica nunca foi uma questo meramente intelectual. Era o carter que dava o fruto do esprito. De que serve a teologia sem amor, alegria, paz, pacincia, benignidade, bondade, f, mansido e domnio prprio? (Glatas 5.22-23).
Homens como David Watson, morto precocemente por cncer, pioneiro do movimento carismtico anglicano, lembra de seus dias em Ridley como de Desgosto pelo culto formal da capela e rejeio a tudo que considerava remotamente liberal, te davam respostas tericas a perguntas que ningum fez. Antes de morrer reconheceu que sua pouca pacincia poderia ser sinal de arrogncia espiritual e uma atitude excessivamente crtica. Ele acha que faltava um pouco de humildade e ser mais positivo, mas temo que seja o oposto agora.
difcil diferenciar no que consiste o evangelho de muitos cristos que trabalham na academia, mas tambm, a maioria segue sem entender de que serve estudar teologia contempornea. Estamos como nos dias de Stott, entre o fundamentalismo e o liberalismo. A opo segue sendo, para mim, a via que representa a teologia evanglica clssica, o que Stott chamava de a f crist histrica. Para ela, alguns de ns ainda nos sentimos orgulhosos de sermos chamados de evanglicos.
Siglas
IFES: International Fellowship of Evangelical Students. Aliana Internacional dos Estudantes Evanglicos.
UCCF: Universities and Colleges Christian Fellowship. Aliana Crist das Universidades e Faculdades.
Publicado originalmente no site Protestante Digital. Reproduzido com autorizao.
>> Conhea a srie O Cristo Contemporneo, de John Stott
Leia mais:
John Stott, 100 anos. O qu, quando e como tudo aconteceu
O protestantismo em que fui criado ou era fundamentalista ou liberal, no havia meio termo. Stott me ensinou, sem dvida, que havia uma "terceira via".

O cristianismo evanglico sempre se distinguiu por sua ignorncia da teologia moderna, mas quando algum aluno se aproxima academicamente dela, inevitavelmente a assume de maneira acrtica. Quando estudei com Stott no Instituto de Londres para o Cristianismo Contemporneo, antes de fazer jornalismo na Universidade de Madri e Teologia na Holanda, no conhecia mais que dois tipos de evanglicos: os que no queriam saber de teologia contempornea e os que estavam to fascinados por ela que pronunciavam os nomes de cada autor com uma devoo apenas comparvel maneira que repetiam cada uma de suas frases como um papagaio.
O protestantismo em que fui criado era fundamentalista ou liberal, no havia meio termo. Em certo sentido, temo que as coisas no tenham mudado tanto assim. A maioria segue desprezando a teologia ou tem as posturas mais extremas possveis, mas sempre h uma minoria mais aberta, que acaba absorvendo com suas leituras todo o pacote da teologia atual, at ser incapaz de no ver nenhum problema nela. Fui ensinado por Stott, sem dvida de que havia uma terceira via. O problema que como ele viveu no final da Segunda Guerra Mundial e, eu mesmo experimentei, uma data to tardia como o final dos anos 80. Estudar teologia como evanglico em uma universidade que no evanglica um caminho solitrio, caso queria ser fiel Bblia.
Um caminho solitrio

Sttot comparava o que o professor Dodd dizia em suas aulas sobre o Evangelho segundo Joo, desde o contexto helenstico, com o que o texto dizia. Segundo disse Stott, o problema no eram tanto os argumentos liberais, mas como olhar para duzentos estudantes que me cercavam, tragando cada palavra que dizia o grande professor. Se deu conta que era a nica pessoa que no estava de acordo com ele. No havia senso crtico. O mais difcil para Stott, segundo seu amigo Oliver Barclay foi a extraordinria confiana com que assumiam especulaes do momento como a bvia verdade.
Dodd estava no auge de sua carreira acadmica e, apesar de no ser anglicano, Cambridge havia dado a ctedra para ele fazia sete anos. Era o primeiro professor do contexto que os anglicanos chamam igrejas livres, j que era congregacionista. Stott lembra que falava bem e escutava extraordinariamente bem. Era pequeno como um pssaro, agudo e lcido, preciso e encantador. Sempre me lembro da frase de Dick Lucas, outro grande pregador anglicano de Londres que dizia que todos os hereges so encantadores. Assim falava Stott em suas observaes: falava com autoridade e segurana, qualidades que irritavam aqueles que pensvamos de sua aproximao aos evangelhos estava fundamentalmente equivocada.
Deserto espiritual
Comparado com outros professores, Dodd tinha mais base bblica que muitos outros e representava, em certo sentido, um retorno ortodoxia. Mas Stott se irritava com a excessiva confiana com que ele falava. Assistiu a todas as suas aulas, diferente dos outros que somente liam seus livros, mas resistiu aos seus argumentos liberais. O professor dos evangelhos sinticos era B. T. D. Smith, que na juventude foi um fervoroso anglicano catlico e agora, havia perdido totalmente sua f, segundo Stott. Sempre lembrava uma frase do telogo suo Oscar Cullman em sua Cristologia do novo testamento (1959) de que pessoas como Smith pareciam ter um prazer quase sdico em encontrar discrepncias nos evangelhos.

O sistema universitrio britnico se baseia em estudo prprio e nas tutorias mais do que nas aulas. Os estudantes formavam grupos com trs ou quatro pessoas com um tutor, que no caso de Stott foi o professor John Barnaby. Ele se lembra do professor como uma pessoa de aspecto melanclico, incapaz de produzir algum entusiasmo ou extremismo. Barnaby havia sido ordenado a pouco tempo e sucedeu a Michael Ramsey em 1952 na prestigiada ctedra de teologia Regius, alm de ser ator, msico e cantor de Folk. Stott no concordava com a forma que Barnaby contrapunha a Jesus com a lei de Moises em Mateus 5.
nimo na luta
No meio de suas lutas teolgicas, encontrou um apoio inesperado em um dos maiores especialistas em lnguas antigas que havia em Cambridge. Basil Atkinson tinha em seu cuidado os manuscritos que guardava na universidade como encarregado da biblioteca. Como muitos professores de Oxford e Cambridge era excntrico como poucos. Solteiro, vivia com sua me idosa. Andava de bicicleta pela cidade, como a maioria, entretanto chamava a ateno com suas roupas e chapus pitorescos. Tinha um vozeiro e pronunciava cada palavra com tanta nfase que muitos o imitavam.
Atksinson fazia as leituras bblicas na igreja de So Paulo todo domingo pela manh e algumas pessoas iam somente para escutar como ele lia. Sempre convidava estudantes para sua casa, e era de fato, o principal apoio acadmico que o grupo bblico universitrio tinha, era disposto a aconselhar e animar qualquer um que se aproximasse. Um homem de orao, consciente de sua excentricidade. Esteve preso na cadeia por ser objetor de conscincia na Primeira Guerra Mundial. Ainda que tenha animado muito, suas raridades o impediam, sem dvida de poder simpatizar com todos os problemas de Stott.
O mais normal dos professores era o dr. Douglas Johnson, que chegaria a ser secretrio dos Grupos Bblicos Universitrios por 37 anos. Todos o chamavam de DJ. Queria ter sido mdico missionrio, mas ficou na Inglaterra. Estava muito interessado nos estudiosos de Cambridge que haviam revisado a traduo da bblia em 1881: Lightfoot, Westcott e Hort. Foi DJ que introduziu Stott na vida e obra de Charles Simeon, o pastor de Holy Trinity que h 150 anos atrs havia mantido a pregao evanglica em Cambridge.
O sonho de DJ era promover um movimento na universidade de volta s doutrinas da Reforma e a erudio bblica que havia caracterizado os evanglicos no ado. DJ acreditava que foi o pietismo o motivo de tornar a teologia to liberal. Sua influncia na Formao do Comit de Investigao Bblica nos Grupos Bblicos Universitrios foi a chave para a formao da Comunidade Tyndale para a investigao bblica que tinha sua base em Cambridge.
Critrio prprio

O que est claro que Stott manteve uma independncia, pela qual no s sua f poderia sobreviver em um ambiente to hostil, mas ele respondeu criticamente ao que seus professores lhe ensinaram. Deve-se perceber que mesmo no contexto de Ridley Hall o centro onde se preparou para a ordenao de candidatos evanglicos Stott criticou sua fixao no ado, a falta de interesse em exegese precisa e o desinteresse por problemas contemporneos. Fundada em 1881 como a resposta prtica ao ritualismo e propaganda racionalista, teve inicialmente o apoio de Lightfoot e Westcott, at que eles o consideraram estritamente evanglico.

A identidade evanglica
Este visual quase provocador era tpico da gerao de John Stott y Dick Lucas. Os jovens que os seguem, depois, tm uma excessiva preocupao por se conformar no meio anglicano e acadmico. Neste sentido, ainda que tenha agora, por menos, cinquenta professores evanglicos de teologia nas universidades britnicas, acredito que no tinham a radicalidade que vemos em homens como F.F Bruce, que comeou sua carreira acadmica pouco depois.
Os modelos dessa gerao eram mestres como C.F.D Moule, conhecido como Charlie, vice-presidente de Ridley at 1944. Moule combinava sua erudio brilhante do Novo Testamento com a humildade, amabilidade e encanto pessoal que Stott mostrava. A teologia evanglica nunca foi uma questo meramente intelectual. Era o carter que dava o fruto do esprito. De que serve a teologia sem amor, alegria, paz, pacincia, benignidade, bondade, f, mansido e domnio prprio? (Glatas 5.22-23).

difcil diferenciar no que consiste o evangelho de muitos cristos que trabalham na academia, mas tambm, a maioria segue sem entender de que serve estudar teologia contempornea. Estamos como nos dias de Stott, entre o fundamentalismo e o liberalismo. A opo segue sendo, para mim, a via que representa a teologia evanglica clssica, o que Stott chamava de a f crist histrica. Para ela, alguns de ns ainda nos sentimos orgulhosos de sermos chamados de evanglicos.
Siglas
IFES: International Fellowship of Evangelical Students. Aliana Internacional dos Estudantes Evanglicos.
UCCF: Universities and Colleges Christian Fellowship. Aliana Crist das Universidades e Faculdades.
Publicado originalmente no site Protestante Digital. Reproduzido com autorizao.
>> Conhea a srie O Cristo Contemporneo, de John Stott
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John Stott, 100 anos. O qu, quando e como tudo aconteceu
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